FC Porto - Liverpool.

Faço questão de iniciar este post com uma apreciação do comportamento dos adeptos do Liverpool. Estando eu exactamente ao lado do espaço reservado para acolher os adeptos Ingleses, de facto não pude deixar de reparar no quão positivo é quando existe fair play, começando por uma claque apoiante. Foi um verdadeiro exemplo de civismo, não tendo eu presenciado nem nenhuma das outras 41.206 pessoas presentes naquele Estádio, qualquer tentativa de evasão, nem de falta de respeito. Foram lá unica e exclusivamente para apoiar o Liverpool, não exibindo as suas barrigas, não fazendo gestos obscenos, não tendo atitudes ditas de baixo nível nem provocando os adeptos do Porto. Nunca tinha presenciado nada deste género, nem mesmo com os adeptos do Chelsea, na época passada. Para eles, e como se diz no seu idioma, You have my bow.

Como seria de esperar numa competição de nível internacional, o espectáculo foi apaixonante. Começando pelos adeptos do Porto, que desde cedo manifestaram o seu total apoio à equipa, passando também pelo voz off, sempre de alto astral, e terminando na reciprocidade do espírito de "até os comemos!" dentro das quatro linhas.

O Porto teve um arranque de jogo simplesmente brutal, fazendo-me lembrar os bons velhos tempos. A mensagem "até vos comemos!" foi interpretada com sucesso por todos aqueles que assistiam aos momentos iniciais de jogo, quer no Estádio, quer pela televisão. Basicamente, os primeiros 18 minutos de jogo, foi Porto.

Ainda o relógio da partida marcava 8 minutos decorridos, quando Tarik sofreu falta na grande área do adversário, tendo o juiz da partida assinalado grande penalidade, que não podia ter sido melhor convertida por El Comandante, o nosso Lucho González.
A partir daí, e raios me partam, a equipa recuou, como sempre acontece quando marca um golo importante. O Liverpool foi aproveitando os espaços deixados em branco em alguns locais do campo, e consegue, aos tais 18 minutos, reduzir o resultado para um empate. Tive uma sensação de déjà vu, tal como havia acontecido no jogo contra o Chelsea, quando se deslocaram ao Dragão em Fevereiro passado. O jogo foi perdendo intensidade, baixando um pouco de qualidade, e o ambiente no final da primeira parte, já era morno.

O árbitro dá início à segunda metade de jogo, e vejo um Porto de novo brutal, levando tudo à frente, na tentativa de marcar outro golo... o que não aconteceu. O caso mais escandaloso foi o remate de Quaresma, que foi defendido já na linha de golo, por um jogador do Liverpool...
Mais à frente, Fucile (doravante tratado por Jorge) sofre uma carga de um jogador da equipa adversária, e o juiz da partida mostra o segundo amarelo ao referido jogador... Mas algo que a televisão não mostrou, por as câmaras estarem por trás do Jorge, foi a cara dele quando "mandou" o Pennant para a rua; estando eu exactamente de frente para o Jorge, pude rir com toda a força quando o vejo a passar na linha de fundo, e a olhar para os adeptos do Liverpool, com a habitual carinha de malandro, que transmitia a mensagem "viram?... um já foi...", o que fez com que fosse fortemente assobiado de cada vez que pegou na bola, daí em diante... mas fortemente aplaudido (ora pois) por todos os Portistas que estavam na mesma bancada que eu, e que assistiram à cena. Tenho pena de não ter conseguido registar esse momento!
Mas de facto, Liverpool a jogar com 10, seria uma oportunidade a não desperdiçar... mas que acabou por sê-lo. O Porto não conseguiu finalizar da melhor maneira qualquer um dos remates que fez à baliza do adversário, até ser dado o apito final. Assim, o jogo terminou empatado, ficando o Liverpool com melhor goal average.

No final, o jogador eleito pela UEFA como tendo sido o melhor em campo, foi Quaresma... ora, eu pessoalmente discordo de tal decisão. Concordo, contudo, que jogou bem, mas não acho que tenha sido o que mais lutou. Para essa categoria, elejo o Bosingwa e o Fucile, em ex aequo, e sem qualquer hesitação.


Este foi o primeiro encontro de gigantes. Espero que as coisas melhorem, a partir do próximo jogo, pois confesso não ter ficado totalmente convencida com a exibição do Porto, neste jogo em concreto. E não vale a pena dizer que a culpa é de A, B ou C... não se trata de uma questão de culpa, mas sim de um método a ser criado por toda aquela equipa técnica, que nos faça esquecer um pouco a falta do Postiga, e também do Adriano... o saudoso Adriano, por quem eu tenho um enorme carinho (não só pelo jogador, mas também pela pessoa... e mais não digo...). O Porto precisa de um Avançado com letra maiúscula, e essa competência, no meu ponto de vista, não pode continuar a ser delegada no Lisandro.

O próximo encontro é em Paços de Ferreira, onde se disputa a jornada 5 da Liga. Vamos ver como correm as coisas.

Bem hajam.